SINFONIA DO SILÊNCIO

Foi maestro sem batuta.

Ignoro se a esqueceu ou repudiou.

Não havia também orquestra

Nem coral, havia porém cantiga.

Ele a executava sob encanto.

Um dia silenciou

Como silencia o sol nos fins de tarde

(Afaga as serras e se encerra

Para novos nasceres,

Só o sol assim...)

Fica o ouvinte,

Palco vazio, plateia também.

Nenhum movimento ou adágio,

Nada além de ausência

De som.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 12/06/2018
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