Ainda...
Ainda passo
Todos os dias
Em frente a sua casa
Ainda te vejo lá
Sentado
Ou cozinhando
Ainda consigo sentir o cheiro
Da sua comida
Da sua casa
E do seu perfume
Ainda o vejo
Alegre
Dando-me bronca
Ou me elogiando
Ainda passo em frente a sua casa
Mas infelizmente sei que lá
Só Mora a lembrança
Mas queria que soubesse
Que ainda passo por lá
E que hoje estou com mais três anos na conta
E que trabalho em um lugar
Que você sempre desejou
Ainda sofro os mesmos sofrimentos
E ainda continuo sem religião.
Ainda passo em frente a sua casa
Para chegar à minha
A saudade me convida para entrar
Mas sei que não posso
Pois agora outras pessoas moram lá
Ainda sim, passo em frente a sua casa.
E a olho todos os dias
Pois só assim
Posso matar um pouco da saudade
De quando você era vivo
E de quanto foi é deve estar sendo
Uma boa pessoa.
Saiba que a saudade é convidativa
Para entrar na sua casa
Mas não aceito o convite
Pois as lembranças são meus guias
Enquanto passo em frente a sua casa.