Outro corpo
Há uma segurança em teus braços
Que me mantem em outra dimensão
Há algo novo em teus traços
Que me prendem a vista numa real imensidão.
A singularidade da tua voz, do tatear,
Não há outros braços sobre os quais quero repousar,
Há um embaraço em teu toque
Que me faz reconhecer tuas digitais
Ainda que mil mãos me toquem.
O frio na barriga ao ouvir o telefone tocar,
A decepção em saber que não és tu
E a certeza de que a esperança
não deverá ser alimentada.
Entre mil abraços, o teu
Entre mil beijos, os teus
Entre todos os casais, nós
Mas só em minha imaginação,
Pois pertences a outro corpo.