Outro corpo

Há uma segurança em teus braços

Que me mantem em outra dimensão

Há algo novo em teus traços

Que me prendem a vista numa real imensidão.

A singularidade da tua voz, do tatear,

Não há outros braços sobre os quais quero repousar,

Há um embaraço em teu toque

Que me faz reconhecer tuas digitais

Ainda que mil mãos me toquem.

O frio na barriga ao ouvir o telefone tocar,

A decepção em saber que não és tu

E a certeza de que a esperança

não deverá ser alimentada.

Entre mil abraços, o teu

Entre mil beijos, os teus

Entre todos os casais, nós

Mas só em minha imaginação,

Pois pertences a outro corpo.

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 11/06/2018
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