Escrito



    Era um poema esquisito, com a tinta da paixão escrito, contava de um amor desenfreado,
lágrimas derramadas, e silêncio no escuro do quarto, guardado, de esperar... cansado,

restando como alento somente através da janela, a visão, que vez por outra lhe lembrava

e chamava... _ Vem vale a pena ainda, a vida é bela!

 

E ela dizia que não, cada letra do poema por uma imensa saudade, foi trocada.

Tudo lhe fazia infeliz, até as suas fantasias se perderam...
Todas se foram, sem deixar um lenço para que acenasse, sem um sorriso a devolver,
a paz que sonhou virou calmaria, o amor morreu antes de nascer. Sem alegria.


Era um poema sem vontade, sem forças para ir mais longe, fragilizado, só sentia dor

dentro da casa antes alegre, agora desabitada, e o silêncio quebrado pelo eco dos ventos,

cantava o desamor na surdez de frases que não foram ditas, vencido pelo orgulho,

o coração já não reconhecia o amor.


Poemas assim, descrevem portas que permanecerão fechadas. E almas desesperadas, que
vivem de lembranças, por vozes assombradas, chamando para um mundo inexistente.

Almas que escrevem poemas sem nexo, entregues ao léu, esse amor inexistente.

 

Poemas assim... tímidos, sem compreensão, jamais ousados,

que se perdem na escuridão, feito mulheres tristes que sem querer

escondem-se por detrás dos seus negros véus, de olhos envergonhados.

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 09/06/2018
Reeditado em 18/11/2024
Código do texto: T6359792
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