ELA

De repente,

a rua simplesmente para.

A cidade para.

Tudo para.

Nem pinto pia.

É ELA.

Tudo nela é enorme,

rígido, arrojado, bem assentado, forte.

Não é meiga nem doce:

parece até uma guerreira romana.

Não é feminina: é fêmea.

Não sorri: arranca desejos.

Não é flor: é pedra de gruta.

Bruta.

Quente.

Densa.

É montanha de Minas.

É Minas.

Gerais.

É leite tirado da vaca.

É vaca.

Holandesa.

Quem é ELA?

É vulcão.

É terra tremendo.

É céu de trovão.

É o fundo do mar.

É mar.

É gosto de selva.

É selva.

Amazônica.

É impossibilidade intelectual.

E física.