Ratoeira
Consigo perceber quando entrei numa ratoeira.
[Não é nem o polido simbolismo protocolar envolto nele
Que reside meu fascínio.
É na forma como se forma: a anatomia da contração.
Uma tentativa instintiva - e, ah!, falha - de resguardar os dentes.
A compressão dos sulcos dos lábios antecedendo o sol se abrindo
As covas da bochecha. Os vincos ao lado dos olhos
A mecha de cabelo pendendo na têmpora sendo conduzida à orelha
Por dedos com pontas fulvas esmaltadas em tons de verde.]
Só não consigo perceber como sairei dela.
Incubus - Dig
07/06/2018