Jazz na tua ópera
o eco do meu espirro friento
Thelonious Monk e a garoa
e no meio da rua a iminência
dos ventos desobstruindo os olhos
em vão desvairados
aperto-os obstinados no bebop
que é agora madrepérolas
eu reativo de jaqueta de recontro
nas fuzilarias com riffs lancinantes
que alegam: quedar-se febril longínquo...
passar manteiga de cacau nas veias
tépidas porque de corte em corte
na campa colhe-se a sina em si mesma
cor violeta no colo hipérbole sobe a
serra de mim a fustigar a lembrança do
happy birthday da amiga
e o bebop
Monk
os olhos em vão
consumidos
sem baixas na noite
sem baixas
já enfileirados os faróis no ponto
onde terminaste a viagem das
minhas mãos trêmulas de tanto
encontro no desassossego duma
bomba desarmada