GRITO
Enclausurado no meu aconchego
Com medo, não vejo o jardim.
Olho pro mundo da fresta da porta
Quem sabe, fechada, com medo de mim.
E só sai da garganta um grito rouco,
Talvez o grito do meu coração;
O grito dos mortos, um grito calado,
Tão sufocado, sem fé, sem razão.
E mesmo assim ainda me assombra,
Como assombra a sombra refletida de mim
Olho para a terra e cadê a morte
Que por pura sorte, não veio até mim?
Cai a chuva e a terra no cio
Me convida pro frio que cai no jardim
Não vejo a rua, a lua, à nua,
Que um dia passou tão perto de mim.
Solto um grito, amarras, mordaças,
Tudo que prende o medo em mim
É um grito calado, domado, covarde.
Mas, afinal, é o grito de mim.
Enclausurado no meu aconchego
Com medo, não vejo o jardim.
Olho pro mundo da fresta da porta
Quem sabe, fechada, com medo de mim.
E só sai da garganta um grito rouco,
Talvez o grito do meu coração;
O grito dos mortos, um grito calado,
Tão sufocado, sem fé, sem razão.
E mesmo assim ainda me assombra,
Como assombra a sombra refletida de mim
Olho para a terra e cadê a morte
Que por pura sorte, não veio até mim?
Cai a chuva e a terra no cio
Me convida pro frio que cai no jardim
Não vejo a rua, a lua, à nua,
Que um dia passou tão perto de mim.
Solto um grito, amarras, mordaças,
Tudo que prende o medo em mim
É um grito calado, domado, covarde.
Mas, afinal, é o grito de mim.