Meu poeta, meu bem, meu mal...
Resolvemos trocar versos.
E as linhas se inflamam,
E meu corpo liberta essa chama.
Adormecida nos recônditos de meus pensamentos.
Tua pena descreve o caminho,
Que tua boca, em meu corpo,
Faz com carinho.
Tua língua tatuando,
No teu paladar meu sabor.
Deslizando tuas mãos,
Pelos meus vales e montes,
Desbrava e se apossa.
Das minha coxas, meu ventre e seios...
Faz de mim sua escrava,
Com escritos de amor!
Cativa que estou,
Do teu desejo anjo sedutor.
Meu menestrel de amores.
Sacias nas linhas,
Tua sede, tua fome,
Ao possuir-me meu homem.
Com tuas palavras, sutis, encantadas,
Desperta a libido em mim,
Devassa minha intimidade.
Com força, com vontade,
De um guerreiro, um pirata, um herói.
Meu escritor e algoz...
Me impõe o teu querer,
Com um desvelo nos versos.
Que chego a ouvir tua voz,
Sussurrando palavras tantas, indecentes,
Insanas, calientes!
Me chegam, como música aos ouvidos,
Adormeço e sonho contigo
A morde-me o umbigo...
Me faz delirar, chorar de prazer.
E sozinha no quarto,
Na noite, faço amor comigo.
Mais é teu nome que grito!
Me entrego a teu sonho poeta,
Me enrrosco em teu corpo,
E no compasso, acompanho teu passo...
Movimentos e versos,
Nosso gozo é certo.
As palavras traduzem,
O que os sentidos imploram.
E me agarra os cabelos,
Me lambe todos os pelos, pele...
Enlouquece meu corpo,
Espalha teus anseios em frases completas,
Explícitas cheias de sinuosas promessas.
Pegaste meu coração,
Desprevenido e exposto a paixão.
As tuas vontades meu dono.
Saciada e veloz eu mergulho,
Nesse mar de sensações,
E me deixo guiar,
No teu roteiro de emoções.
Que com maestria descreves,
E me arranca dos lábios,
Suspiros suaves,
Que só lamentam a distância,
De você meu cavaleiro das letras.
Que montou um corcel,
Invadi o meu céu,
Me rouba a razão.
E me leva a cavalgar no infinito
A delirar de paixão!