PALOR MEDONHO
Nada é silêncio. Agora tudo é algazarra.
Charcos escuros sem jardins. Imundície
Da favela mental que fede na superfície
Do pensamento de formatação bizarra.
Sem luz. Sem calor. Indecoroso é o frio
Que congela a tétrica consciência febril
E inunda o espaço dum corpo sem estio
Aliciando os mistérios desse mar bravio.
Cerram-se todas etiquetas do raciocínio
Que não habitam o pátio do condomínio
De um esqueleto massacrado por inveja.
Derradeira agonia da audácia sem nome
Em cujos dissabores a anarquia consome
O instinto alquebrado por ousadia brega!
DE Ivan de Oliveira Melo