PERPÉTUO
Sou para a vida ou a vida é para mim?
Questionamento que fico sem repouso,
Porquanto o tempo para mim é pomposo
E eu para o tempo não sou eterno, sou fim.
Quem me dera ser os minutos do relógio!
Os ponteiros trabalhariam de modo inverso,
Só assim, com compostura, escreveria versos
Que teriam, um dia, a satisfação do necrológio.
Infelizmente o tempo avança... Tudo fica atrás
E, dentro da cronologia, de criança fui o rapaz
Que viveu e viveu até consumar-me um idoso...
As horas não enganam, o tempo é que é linear
E, como sou fim na vida, hei de me perpetuar
Através dos poemas, pois, estarei sempre novo!
DE Ivan de Oliveira Melo