Pêssegos guarnecidos

Gire em torno das flores, com suas frutas,

Nelas os guarda-chuvas entram jorrando

Com suas estúpidas bengalas, pedindo pelas

Roupas brancas, subindo as escadas

Até os sapatos.

A chave ameaça com uma arma

Os caracóis exuberantes

Com seus deslizamentos entre

As florestas;

Há alguém tocando piano, implorando

Por uma gravata bem grande?

Os dirigíveis saem das suas canetas,

Lâminas impiedosas, fuzis, martelos,

Chegando nas varandas;

Você é de um forno que traz

Pêssegos onde as serpentes se lavam;

Você saiu vermelho das janelas

Querendo gulodices em todas as horas!

Árvores importantes, prestígio e

Dinheiro, todos mais falsos que

Esta árvore inferior.

Kerouac, Ginsberg, Cassady;

Beatniks vomitando na boca do lixo

Das nuvens saturninas;

Imperadores e Imperatrizes se quebrando,

Caindo todos os dentes;

E depois se encontram com todas as

Solenidades, devidamente castrados.

Os botões caíram! Que merda!

Essa estrada verde leva todos em casas

De vidro; lá podemos fitar a mulher

Frutificada com seu uniforme desconcertado

Onde Marte mete seus cofres de joias!

Um aglomerado de animais selvagens

Lançando suas garras nas portas,

Babando pelas capelas guarnecidas!

Sua boca, Afrodite, mente como

Seus olhos, e enobrece como suas caixas

Que abrigam sabres comendo os pêssegos

Em dias cercados por atmosferas,

Que emanam odores de répteis.

A pele se estica querendo explodir

Sob os telhados molhados pela chuva

Que assola os lixos flutuantes,

Grudando nas tranças negras,

Brancas, amarelas, vermelhas,

As cores febris do arco suicida e libidinoso.

Aplique nos polos os tiros rústicos!

Um solo irrestrito e inesperado;

Um chicle nos pelos hipnotizados

E alternadamente agudos e graves;

O bumbo dança comigo languidamente;

A areia recebe o corpo longe;

Sonâmbulo e doentio!

Criando espaços orquestrados.

Auréolas mortas abrindo as asas,

Soltando a Magia dos seus corações

Grampeados e esverdeados;

As cordas da guitarra cantam

Lisonjeadas em liberdade!

A bruma enlaça os quadros

Vazios, e sem fogo nas suas formas

Ásperas e empoeiradas.

As ondas vibram reinando no ar

Com rastros sonoros lúdicos

Penetrando em todos nós!

Fazemos percussões sobre máquinas

Circulatórias suspirando no estio

Dos aviões chupando um pêssego

Guarnecido, que baila com roupas

Feitas de alucinógenos e que despertam

Loucas serpentes!

André SS
Enviado por André SS em 02/06/2018
Código do texto: T6353682
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