POEMA

sete da manhã

desabraço a solidão

levanto, levo ao banheiro

dou descarga, lavo sua mão

limpamos a casa

eu e a solidão

juramos felicidade

prometemos manter contato

ligar de vez em quando

dar comprimido e xarope

ir a show, cinema, teatro

rir em algum circo

viajar aos istêitis

dormir de conchinha nas noites frias

andar de mãos dadas na rua

ela, falsa magra

eu, falso feliz

fica combinado assim

à noite ela me leva pra passear

de dia trago ela pra me fazer companhia

solícita, ela me dá a mão

abraça sem calor, faz companhia

até que a morte nos una

e tudo se torne nada