RESTOS(OUTROS TEMPOS)

RESTOS(OUTROS TEMPOS)

A saudade da presença

A única que restou

Mesmo assim relativa

O resto

A tecnologia matou

Não há mais saudade

Das cartas com letras a mão

Escritas no bater do coração

Das fotos amareladas

Guardadas na carteira

Pr’uma vida inteira

Da lembrança que alguém trazia

Embrulhada ou amassada

Alimentando a fantasia

Da lágrima que escorria

Quando só na imaginação se via

Tudo morto nova vida

Instantânea e fria

Sem espaço para devaneio

Num tocar de dedo

Na palma da mão

Sem abraço sem carícia

Sem beijo sem malícia

Sem paixão

Apenas banal função

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 02/06/2018
Reeditado em 02/06/2018
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