DEVANEIOS

Pairando no ar como ave peregrina

Vislumbro o círculo dourado, colorido.

Distante da traíção humana, assassina,

Meu ser vaga triunfante, destemido.

O vento faz das nuvens bela figuras

Contrastando com a miséria da cidade.

A paz é grandiosa nas alturas,

É plena a minha liberdade.

Às vezes chove, explode, relampeja...

Fazendo-me lembrar da flagelada guerra.

Mas é bonança que a humanidade almeja,

É água que alimenta a nossa terra.

O sol nasce aqui, acolá, todo dia;

A lua de vez em quando vem.

São belezas que inspiram a poesia,

São clarões que só fazem bem.

Vôo como indômito pensamento

Nas asas do sonho e da mocidade.

Loucura é viajar no firmamento,

Prazer é semear felicidade.