O GATO QUE RI
 
Todo dia, todo dia,
via o gato que se ria,
parado, na esquina do bar.
Ria, sim. Mas do que ria?
Seria de mim, ou da vida,
seria do mundo que gira
sem nunca sair do lugar?
Alguém diz: é fantasia!
Gato não ri. Faz miar.
Talvez fosse um riso doce...
Quimera? É possível que fosse.
Que me importa? 
Não me importa.
Deixo sempre aberta a porta,
para a ilusão se achegar.