O lobo bobo
Um lobo solitário
Uiva para a lua...
Mas o seu itinerário
É a imensidão do vazio.
Ele sabe que jamais
Será sua a musa da noite.
Seu uivo não é um chamado,
É um lamento frio...
Para mim é mais...
Para mim é um açoite!
Para lua, o lobo é mais um,
Dentre milhares de outros.
O lobo é dominado.
A lua ri-se do lobo.
A musa ri-se do bobo
Poeta solitário...
O lobo bobo
Faz papel de
Otário!
Lobo solitário em desvario... Uiva louco, a chamar a lua. Mas ela? Nos olha com a sua candura e impenetrável indiferença. Coitado do lobo bobo. A lua, quando aparece, o deixa menos solitário. Mas sem ela, a escuridão da noite o envolve e esfria. Coitado do lobo bobo...
(Contribuição de Tereza Bodemer)