BORDADO DO MUNDO

BORDADO DO MUNDO

A velha bordadeira do mundo,
todavia tem bordado...
Meu presente, passado, futuro
Meus dias e sina, até mesmo
o meu olhar em cima do muro.

Quando pequeno...
Ela bordou meu sorriso, sobre chuva
na carreira, meu sonho de jardim e flor
a esperança de mim mesmo
e os mistérios do nosso amor.

Bordou a minha alegria
sobre bolas e petecas
o cheiro do meu quintal
o café d'aquela caneca.

As cores do arco ires
pintada com amor de mãe
a família reunida no lar
o crescimento do meu tento
coerência do meus sentimentos
com formação do meu amar.

A velha bordadeira do mundo...
Caducou. Agora não sabe mais bordar
com pontos tortos da vida,
perdeu as malhas nas balas perdidas
provocando o chorar.

Quintais, já não existe mais
só muro como horizonte
a indecisão expandiu a dor
e dos ares, silvestre verdejantes.

A ciranda agora é outro
com nome de falcatrua
prisão é ioiô que vai e volta
ricos não fica além da porta
mas fazem, apologias nuas.

É assim com toda entorta
após a porta a coisa insinua
pessoas não saem da toca
se sair, pode apagar na rua.

Liberdade é p'ra bandido
com todo tipo de apoio
contam com defesa do meio
e a peneira cheia de joio.

Antonio Montes
Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 31/05/2018
Reeditado em 31/05/2018
Código do texto: T6351817
Classificação de conteúdo: seguro