Meu Ofício
Quero pavimentar minha estrada com as melhores escolhas
Para que as falhas no solo não venham a rodopiar minha vida
Já foram tantos os solavancos e ausências por mim sentidas
Quero-a agora florida, por isso planto e a enfeito com ramos e folhas
Sempre sabendo que sou a artesã, jardineira incansável
Arquiteta de cada dia que se descortina com meu arbítrio
Minha meta é desbravar minha alma sem medir sacrifícios
Pois as simples intenções sem edificações são base instável
Rego a flor que há em mim para que vingue e espalhe beleza
Se sou poeta sinto essa urgência arraigada como um ofício
O de transformar pedras e asfalto em coragem e amor sem artifício
E com arte sedosa aos olhos e ouvidos, cumprir minha natureza.