INDIFERENÇA
Posso até capengar e sofrer de amor,
Todavia não estou condenado à morte...
Sou livre, liberto do que é alcunha forte
E destemido para enfrentar o que é dor.
Posso até ser verme, mas não me ultrajo,
Valorosa é minha consciência sem alfinete
Visto que especial é o meu íntimo sabonete
Que me perfuma e me torna um belo gajo.
Posso até ser imundície, isso não importa,
Pois bebo e como do melhor como a torta
Que me lambuza a boca e me tinge os lábios...
Posso até ser meio tolo... Ah, coisa de gente
Meio rabugenta, diz que dói o que não sente
E que jamais entenderá o âmago dos sábios!
DE Ivan de Oliveira Melo