Quando a lua tornou-se azul (When the moon turned blue)
Olhar tua formosura
Nas trevas de um frio fútil
Tendo no coração o pavor do futuro
Apenas um toque...
Um beijo na fantasia torpe
De mim embriagado rapaz que ti contempla.
É noite longa noite pesada noite mortal
Passarinhos estão todos mortos no chão
Não se ouve o pranto dos anjos
Uma angustiante vagabundice
Uma farta hora de pesadelos...
Numa noite que os deuses visitam a Terra.
Onde estão meus sentimentos?
Musas de Júpiter desceram à nós...
Onde encontrar saúde para este veneno...
O sol foi destruído
O sistema caiu...
Dor e lepra tomaram de conta das igrejas...
Igrejas do sistema alienígena
Donde Extraterrestres buscam paz e um fim.
É o apocalipse das massas estrelares
É o fim do sistema primata e a era dos golfinhos...
Coitado dos bebês da sorte escorpiana...
Onde estão os padres das trevas...
Onde mora o rabino sábio curuja...
Onde estão os monges serpentes...
Não há paz em Plutão.
Meu amor cometeu o pecado da vida
Meus demônios dançam a tarantella...
Não há mais sol...
Tudo é feito escrementos de ratos...
Donde vi uma escultura de fé e ilusão?
Não há mais prêmio Nobel...
Não há mais medalhas nos pescoços inchados de éter...
O premiado é os viralatas da galáxia da formiga...
Essa emoção é meu velório.
E o tempo das paixões?
E a transa com milhões de musas...
Nessa noite sem lua ou o porvir do sagrado
Enquanto bilhões brincam de papai e mamãe...
Somos uns tantos de pavões do circo de lágrimas
Quando ele vai voltar?
Quando ela vai prometer amar?
Quando os demônios pagaram a dívida?
Não é poesia isso...
É uma maldição de milhões de áspides...
Você já viu estrelinhas...
O tempo brinca conosco cegamente...
Não existe bruxas
Não existe discos-voadores...
Não existe gemidos na cama...
A poesia me possuiu e me escraviza à artes...
Não há mais sangue na tinta do diabo...
Somente extasiados em busca de sexo e paz.
Ó lua azul...
Azulada de brincadeiras femininas
Tu és a deusa do pecado sexual e inebriante
Modifica meu destino lua azulada
Modifica transforma meu pecado em delícias?
Ó deusa da Pérsia...
Ó deusa de Bagdá...
Ó deusa da Arábia...
Ó primeira das enalditas...
Primeira dos rebentos meus ao sabor do nada.
Deusa lua azul...
Deusa que rouba o sangue e a formosura
Deusa que mata e bebe o cálice dos depravados
A lua é azul... A lua é fêmea... A lua é afã e cruel...
Donde uma palavra poderá dizer-te tudo?
É o sinal das virgens de Saturno sonhando
Virgens essas que espreitam em tocaias
Matam e comem a carne dos morcegos...
Malditas sacerdotisas...
Sacerdotisas do inferno profundo
Levaram a lua alva para o abismo de Hades...
Nunca mais...
Nunca mais... É a noite de mercúrio
Até o final das celestiais inspirações dos mortos...
É uma noite fria
Não se ouve nada na cidade celestial...
Deusa lua azul donde buscar teus caminhos teus sortilégios?
No apogeu do Ilídio infindável
Debalde o ilirio Éden é a flor beata de Beatriz...
Me tirem daqui padres de outono!
Me arrastem do tártaro de Juno...
Me libertem do buraco de lama de Hestia...
Ó poeta desce ao sexto inferno donde lua alva está...
E trás de volta a virgem Helena de Netuno
E as donzelas vermelhas do purgatório?
E as donzelas de estrelas distantes?
Ó pecado de nudez dos céus cujo corpo é vangloriar dos santos...
... Pois estou sonhando com gemidos de prazer de Luna Afrodite.
A vida é a prova única da loucura da não morte do destino.