ÚNICA

A mulher que existe em mim

Não se obriga a ser dondoca.

É guerreira e não se apouca

Por conta da condição...

Cidadã fez opção,

De lutar contra a injustiça.

Liberdade a ela atiça

A agir, berrar seu não:

A toda forma de medo,

Degredo e escravidão;

Situação de arremedo,

Das sem direito e sem pão.

Vai à luta, sabe bem,

Que quem se cala consente...

De lutar não fica ausente...

Sabe a força de uma ação.

Sonhadora e pés no chão

Mede o passo e faz projeto

De futuro em promissão...

Não vive por um decreto.

Despreza a vil liberdade

Que a torna um objeto.

Abjeta à inverdade

De ser metade, o dialeto,

Que a reduz a ser sombra.

Nunca lhe abraçou a onda

Que da mulher faz joguete.

Se a misoginia estronda

Não se expõe ao seu topete.

Demônio é, se é preciso...

Tem a força de um vulcão...

E se terna, esboça um riso,

Acredite é sedução.

A que se doa e se entrega

Para a vida em oblação.

E a sua cria não renega...

Carrega no coração.

Ser comum entre os demais

Segue seu curso impassível.

Em si o bem sem confete.

Eva que não se repete...

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 29/05/2018
Reeditado em 31/05/2018
Código do texto: T6349758
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