SILÊNCIO DA MANHÃ
SILÊNCIO DA MANHÃ
Há um silêncio
Que não parece de paz
Parece de morte
De falta
De algo que não se vê
Sente-se nas entranhas
Sensação estranha
De desencanto
Mesmo com a beleza azul
Do amanhecer outonal
Folhas espalhadas pelo asfalto
Mortas também em silêncio
Varridas pela brisa fria
Que a pele arrepia
A cabeça nas nuvens
Inexistentes
Na secura da manhã
E também do amanhã
Provavelmente azul
Apenas no céu desbrigadeiro
Perdido na não imensidão
De diminuto horizonte
Cabeça baixa
Olhar pranteado
Olhando este chão