SILÊNCIO DA MANHÃ

SILÊNCIO DA MANHÃ

Há um silêncio

Que não parece de paz

Parece de morte

De falta

De algo que não se vê

Sente-se nas entranhas

Sensação estranha

De desencanto

Mesmo com a beleza azul

Do amanhecer outonal

Folhas espalhadas pelo asfalto

Mortas também em silêncio

Varridas pela brisa fria

Que a pele arrepia

A cabeça nas nuvens

Inexistentes

Na secura da manhã

E também do amanhã

Provavelmente azul

Apenas no céu desbrigadeiro

Perdido na não imensidão

De diminuto horizonte

Cabeça baixa

Olhar pranteado

Olhando este chão

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 27/05/2018
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