Quando chovo

Tornei-me nuvem densa

E chovi em teus cabelos

Em teus pelos, em teus desejos.

Suavemente, umedeci teus lençóis

lambendo tua pele, liquefazendo teu sal.

Entre sussurros e gemidos

tornei-me água fervente

e deitei-me toda nua

em teu corpo rijo e quente.

Viajamos em nossos segredos

com luxúria, escancaradamente.

Tornamo-nos caça

um do outro, ferozmente.

Misturamos nossas línguas

em bocas, peles, entremeios.

Enlouquecemos a libido

num gozo erótico e quente.

Saciada, recolhi-me aos céus

na ânsia de chover novamente.