KAISER NINGUÉM XVII - O Vingador da Testemunha
Eu sou o crime e o castigo, o vingador da testemunha
O amigo do perigo, quem a espada do valor empunha
Eu sou a sombra do viajante e o eco do fantasma
Sou o pálido semblante do errante que se pasma
Eu sou o julgamento do tribunal mais rigoroso
A imagem e o tormento de um grito imperioso
Eu sou o júri e o juiz, sou o réu e o advogado
Sou a jura do aprendiz mais fiel e não-domado
Eu sou a imagem antes do ato, a exceção que vira regra
Sou a antecipação do fato, do caminho sou a pedra
Eu sou a lâmina do vento e o inocente castigado
A acusação de um lamento, sou o martelo do enganado
Eu sou o sentido e o objetivo, as mil faces de um só
O fator intempestivo, e os impasses da força maior
Eu sou quem destrói e cria ilusões na espiral do mal e bem
Eu sou a força que principia, eu sou o Kaiser Ninguém