ÀS ESCURAS
Se o que penso não é o que acontece,
então, por que, sempre me aborrece?
Como posso embalar-me em presságios,
elaborar etapas, níveis e estágios,
apenas por algo que estou a imaginar?
O que existe só é fato por um pensar?
Não seria o pensamento algo tão possível?
E o que realizo, não foi antes presumível?
Algumas doces adulações até aliviam.
Mas nesse viver, as razões que existiam
foram antes pensadas e depois realizadas.
E agora, entre tantas ideias baratinadas,
o que imagino é o que me conduz.
Inverto o caminho e procuro alguma luz...