Droga é morte
Viver?
Tampouco existir
Regressando em fracassos
Dores escondidas sob faces
Onde as lágrimas gritam
A boca que late, não diz nada...
Andam em esmo
Buscam apenas "remédios"
Em farmácias de dor, compram
Baseados, tecos, conhaque
Vazio que se expande a cada dia mais
Se entorpecem até de manhã pelas ruas sombrias
Vasculham lixos por latas
Trabalham por malditas migalhas
Refém do crack, da cocaina, da maconha
Caminham em gemidos apinhados de vergonha
Carregam tristeza a todo instante
Maltrapilho de gente que não entende
É tão fácil apontar
Sem ao menos saber, que essa infelicidade é difícil de curar
Desgraça social, pedem um real
Humilhação cruel, em léu, sarjeta fria
Esqueceram de ti, sua mãe, sua avó e sua tia
Viciado não tem valor
Se esvaiu tudo aquilo que se chamava pudor
Corpo fétido, roupa suja
Mente poluída, alma imunda
Dói ver um semelhante assim
Desprezado por parte de mim
De você e de todo mundo
Cansado, cheio de espírito ruim
A droga consome, mata e ainda sorri pra ti
Na rua, nas favelas, em becos e vielas
Vendem-se a morte
Dão supostos alívios em suporte
Vidas inteirar entregues a sorte...