Catexia

Ainda a vejo... Em todos os lugares...

Como em sonhos de uma ilusão cristalina.

Tudo é o mesmo, sem novos ares,

Mas insisto em a ver a cada esquina.

Em quaisquer que sejam meus andares,

Sua imagem silencia a morna rotina.

Nunca acreditei que tal sentimento fosse terminar.

Talvez eu ainda a ame. Da forma que for...

A redundância que faz o tempo se fragmentar,

Às vezes faz toda esperança se decompor.

A ilusão adormece o sentimento para nada ecoar;

Adormecer sim, terminar não. Há fim para a dor?

Dor ou um amor romântico idealizado?

Tentar não a amar é uma impossibilidade,

Mesmo o ébrio sentimento, puro, imaculado,

E o destino, ou os momentos de serendipidade,

No limite de outrora, a ela estou acorrentado...

O amor sempre cresce no vento da eternidade.

Suas cartas, todas queimadas pela melancolia,

O fim e o início são deveras semelhantes...

Das vezes que fiquei horas olhando sua fotografia

Ou procurei pelo sublime e não achei tais semblantes.

Minha vida amanheceu em uma noite fria,

As sombras das palavras não são como antes...

As palavras fazem do amor um perpétuo anoitecer,

Hoje a tristeza é o modus operandi da vida

E a indiferença faz o futuro desaparecer,

O desejo de sonhar era a derradeira saída;

Agora só resta a lembrança de um amanhecer...

Um amanhecer que vive em forma de ferida.

Thiago Lazzari
Enviado por Thiago Lazzari em 22/05/2018
Código do texto: T6343902
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.