IRREMEDIÁVEL

Quero

Um silêncio puro

Uma nesga de azul

A borboleta do teu ombro

Os rearranjos da memória

Ante o inevitável

Quero

O barulho da tarde

Desistir do silêncio

Tão falso quanto o azul

Acima das nossas cabeças

Sonhei com Ana Maria

E não havia borboleta nenhuma

Apenas a irremediável solidão

Num sobrevoo rasante

Me levando à loucura

JOAQUIM RICARDO
Enviado por JOAQUIM RICARDO em 22/05/2018
Código do texto: T6343242
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