VOCÊ COLHE O QUE PLANTA
VOCÊ COLHE O QUE PLANTA
Ventos sobre o mar,
Palpitante...
Arfante...
Muitos seguem a procissão,
Alguns de coração,
Outros por diversão...
Espero o que um dia vira,
Na crise nado
Cria-se resistência,
Não sento na sarjeta,
Não choro pela perda.
Fala solta sem um pensar,
Pulsátil...
Interessante...
Quem sabe, sabe quando for,
Partir...
Voltar...
Não sei o amanhã,
Planto a paz e o amor,
Será que isso vira contra mim?
Choro assim pelo meu plantio,
O bom nem sempre é o certo
E mal pode causar a satisfação.
Titilante...
Atual...
Penso na vida como um bolero,
Que cadencia e faz o rodopio,
Parece interessante,
Parece atualidade,
Mas a colheita é certa sempre será.
Seja com sorriso no rosto,
Seja com armas na mão,
Pode até ser musico,
Ou artista deprimido,
Tudo terá seu tostão de colheita...
Não há engano nos corações,
Sejam padres pedófilos,
Homofóbicos travestidos,
Há que critique e faz escondido,
Quem quer paz e espanca o filho,
Tudo está marcado e será cobrado.
Tudo terá sua colheita certa,
Seja quem usa a faixa presidencial
Ou o repórter omisso,
Ou o adolescente cheio de amor
Tudo terá a sua colheita.
O passado trará a lembrança,
Coisas feitas e não assumidas,
E a inconstância terá o seu teor.
Palpitante...
Arfante...
Reverei amantes e amores,
Términos com choros,
Términos com graças...
Interessante...
Pulsátil...
O amor acabou restou o tesão,
Eu vou seguindo então
E vira o dia da colheita,
Cestos cheios
Cestos vazios
Marcas na mão
Marcas na face,
A colheita não é opcional...
Jamais...
Nunca...
Talvez um dia uma taça de vinho,
Traga pessoas futuros,
Tragas alívios futuros,
Tudo dependerá do plantio,
Do sorriso no rosto
E a intenção no coração.
Com respiração difícil vou sorrir
E tudo recordar com a alma pulsátil
A colheita é certa pela recordação,
E no banheiro restara o espelho a cobrar.
André Zanarella 29-03-2018