ALÔ! QUEM VAI MORRER HOJE?
PRÓLOGO DO POEMA
“ Toca o telefone de uma instituição.
-Alô!
Quem fala?
Do outro lado do fio a voz trêmula balbucia:
Quero fazer uma denúncia.
_ sobre o que Senhor?
A voz trêmula continua a balbuciar :
Estupraram e mataram uma garotinha.
_aguarde um momento, vou verificar se a reunião sobre
A guarda de um cão já terminou.
A voz agradece e fica a espera da resposta ansiosamente.
_senhor sua denúncia ficará em sigilo e anonimato,
Logo estão cuidando desse caso por ti confabulado.
A voz insiste:
Quando senhor?
_ assim que chegarem num acordo aqui de guarda
Do cão por restrição veremos com quem vai ficar
Por condição dessa instituição, pois o animal ficará
Com aquela união que está em separação, assim se
Ficará sabendo quem teve maior afeição pelo cão
Logo após à sua denúncia será dada a devida atenção.
Um bom dia e muito obrigado por compartilhar com
A sociedade senhor passe bem. “
ALÔ! QUEM VAI MORRER HOJE?
Me diz quando vou morrer...
Se for amanhã me dá uma deleção,
Seja ela premiada ou não.
É que preciso terminar uma obra ...
Calma! Eu citei obra,
Eu não me referi a corja.
Hei!
Quem te disse que quero um celular?
Não quero passaporte pra me falecer,
Prefiro um gole de gengibre
Pelo menos algum tempo vou viver,
Por favor não quero alô...
Quero um chalé
Um axé
Carnaval e acarajé.
Hei!
Carnaval e celular não da no mesmo?
Não morremos por esse mesmo brinquedo?
E a minha foto parece com quem?
Com aquele que vive de vapt?
E se me confundirem no zap?
Xiiiiii!!! Isso não está nada bem...
Ainda bem que sofro de tédio,
E por isso não saio de casa.
Pago pra me confessar
Pago pra rezar e amar
Devo chegar aos sessenta
Até essa moda acabar.
E quando matarem pra roubar jatinhos,
Ai sim eu compro um celular.
ARTHUR MARQUES DE LIMA SILVA
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18/05/2018