OLHOS DE POETA
onde o mar termina
e o ceú começa
teus olhos imaginam um mundo
nada em teu rosto se move
serenamente inventas
canções, palácios, promessas?
e se nômade caminhas
pela solidão noturna das pedras
teus olhos flutuam cegos
interiorizados em poemas
teus olhos plácidos
teus olhos límpidos
tão repletos de vida
devotos das rosas e das nuvens
eternos mirares
perdidos entre girassóis e cerejas
nutridos por raízes e luares
preservados nas folhas de um livro
onde meus olhos encontram os teus
Helenice Priedols