BOCEJO

Estou deitado sobre as nuvens

Vendo horizontes se modificando

Então penso que o mundo morre

A cada suspiro de desencanto

Quem vai dizer que a água é cristalina?

Quem vai saudar a manhã de sol pálido?

Por enquanto não bocejo nada de estranho

E nada me encanta nesse paraíso artificial

Eu durmo entre as flores que não plantei

Mas que reguei com meu suor e desespero

Por isso entendo o silêncio de cada pétala

E estendo meu olhar para além do jardim

Não sou o homem que vai pegar em armas

E nem vento que varre o cimento incrédulo

Mas não me diga em que direção eu deva ir

Apenas me veja evaporando entre os dedos

Os adeuses que foram lançados contra mim

Não cravaram unhas em minhas lembranças

Somente as flores entendem meu suspirar

E me fazem companhia na minha loucura

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 18/05/2018
Código do texto: T6340144
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