Por querer-te
Como não querer-te, se, sendo eu, tão você ainda?...
Como não amar-te, se, a minha carne sobre a tua - se uniu, numa junção mutável.
Perderia-me por dentro de mim, sendo assim a tua projeção insigne do meu espírito. Cada célula unindo se a tua, pele e tecidos, transformando em um único ser.
Teu sangue fluiria através das minhas veias, tuas dores: seriam tão minhas. Teu amor que sangra em teu peito, verteria no meu.
Como esquecer-te, se já não recordo mais de mim sem ti?
Como esperar do vento um sopro de vida, se és do teu pulmão que eu respiro.
És tudo, sendo eu nada! És vida em mim, mesmo que em mim eu morra todos os dias.
Como não ser poeta, se, tu és a minha mais incólume das poesias!?!