ENTRE OS CREPÚSCULOS


Eis o rumor das ondas suicidas
Movidas por paixão de impermanência
Contra o que é rocha e dura além dos séculos
Sobre a espuma que sonha e logo some
Sobre a evidência de naufrágios tantos
Sobre os fantasmas doutras tantas ondas

Eis o discurso das impaciências
E o estardalhaço do que reivindica
Sob nuvens desdenhosas e distantes
Sob céus mais reticentes que a verdade
Perdida no ir e vir de algum delírio
Sob sangue e fogo em dia amanhecido

Eis a oratória torpe da tormenta
E o assédio aos elementos em recusa
Como das outras vezes sem escrúpulos
Entre os crepúsculos irredimíveis
Entre as certezas mais imperecíveis
Ei-la em promessas vãs e inconcebíveis

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 16/05/2018
Reeditado em 28/06/2018
Código do texto: T6337814
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