ATROCIDADE
ATROCIDADE
Quanta atrocidade
Na atroz cidade
Que amanhece rubra
Mas não é de sol
São raios de morte
De vidas sem sorte
Só sortilégios
De sombras bruxuleantes
Rastejando pelo chão
Que recebe corpos
Em viva putrefação
Mortos em vida
Semeiam a destruição
Que se espraia
Em praias de águas vermelhas
De culpados e inocentes
Que se misturam em buracos
De balas sem doçura
Apenas grandes agruras
Que dissolvem carnes
Que ainda perambulam
Por ruas de ninguém