ATROCIDADE

ATROCIDADE

Quanta atrocidade

Na atroz cidade

Que amanhece rubra

Mas não é de sol

São raios de morte

De vidas sem sorte

Só sortilégios

De sombras bruxuleantes

Rastejando pelo chão

Que recebe corpos

Em viva putrefação

Mortos em vida

Semeiam a destruição

Que se espraia

Em praias de águas vermelhas

De culpados e inocentes

Que se misturam em buracos

De balas sem doçura

Apenas grandes agruras

Que dissolvem carnes

Que ainda perambulam

Por ruas de ninguém

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 16/05/2018
Reeditado em 18/05/2018
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