Canto da solidão
A carne não é dura
Nem há duro coração
Navalha em pele escura
Fere geração a geração.
O sangue desce morro
Sobe a ladeira da paixão
Vem um grito de socorro
Disfarçado de amiga mão.
É a mão afiada da sorte
Que corta e tinge o chão
De sangue e de feia morte
Da "negrinha" e do "negão".
Marcados até a alma
Caminhamos na escuridão.
Questionam: "Que te salva?"
Eu digo: "A solidão"...