Banho de entardecer
Dourando o corpo, jogado na sala
No fim de mais uma tarde única
Vejo as nuvens mais perto do que estão
Vejo-as como espelhos de algodão
Filtrando as cores dominantes de nosso rei
A realeza e o seu baile, de beleza contemplativa
Apenas a sua, que é a minha pele, nua e atrevida
Só me resta curvar à sua imponência
Como um corvo melancólico
Sombrio debaixo da minha janela de insolência
Como um lago refletindo o por do sol
Reflito em meus sentimentos, poesia
A terra gira em mais um movimento, de teimosia
E eu a sigo, como um sermão