A lógica
Latidos de cachorro sem dono de
Olhos secos fitando o som das crianças
Na escola berrando nos recreios do dia!
É bom ouvir as depressões da alma
Desconcertando a verdade minha sob telhas
Cariadas, sublevadas diante de míseras
Paredes cantadas no chão beirando o coração
Pulmonar além do humano sabor.
Nunca quis ser do exército do Brasil
Nem de porra nenhuma, e louvo
Desregrado carinho em multidões dos
Desavisados revolucionários.
Tem algo mais nas prateleiras
Esquecidas da cidade nossa? Rezo
Fora de mim;
Ando com Deus nas ruas e nunca o senti
Em igrejas. Jovens meus, jovens que são
Teus falam do que não pertence a eles;
Alguns sobem o Cobra para sumirem,
Realmente assumirem seus espíritos às
Vezes anti-realidade. Aguentamos.
Ditadores são uma bosta, a música
Das rádios é uma bosta, o Brasil
Tenta ser uma bosta apesar de
Ser lindo (uma bosta linda?);
Existe um enorme excremento
Na frente que não podemos escolher
Se queremos ou não vê-lo;
Alço meu voo!
Sou o aborto fragmentado do nada
Dormindo nas vestes sessentistas, setentistas,
Oitentistas, pronto para acordar! Mas é
Tão chato! É como se eu ainda estivesse
Dormindo entretido com signos.
Odeio todos os dias que sonho com ela,
Odeio todos os mundos presos nela,
Odeio todos os poetas que servem só para
Ela.
Prestes a ficar mais velho, (ou
Diria mais novo?) a lira em
Seu volver murmura em minha
Boca de morfina, agora, meu ódio.
Tenho tudo para mostrar e nada
Para tirar, pois quero só acrescentar
A bomba no cessar riso ou choro
Pelo vazio.
Depois que li Clarice, uma barata nunca
Falou em silêncio tanta coisa desleixada à
Vida. Deverei ser ritmado por Ginsberg e
Seu jazz.
Indagações e respostas vêm com o subjetivo
Enlaçar todos os ocultos polos vitais e
Mostrar a lógica dos decepados riachos
Bem-sucedidos na escuridão dos laços fétidos.