Pacificada

Pacificada

Esse vento que agita meus moinhos

Que vem repentino,ar sem direção

E gentilmente derruba meus castelos

Que de areia, medo e pedra até então

Resguardaram meus segredos mais belos

Trazendo um mar espumante de segredos

Que invade mansamente meus desertos

E cobre de beijos meus olhos abertos

Interrompe meu sono, acorda meus desejos

Que ilumina minhas noites

E liberta as minhas mãos

Que me faz tocar os céus

Me faz perder o chão

Que manso despe meus véus

E me envolve com carícias

Que inunda minha boca

Com sabores e delícias

E minha pele exala bálsamos e flores

E meu corpo se esvai em vapores

Em líquidos , perfumes, tremores

E meus sentidos se alegram

Entre penumbras e risos

E em vertigem se entregam

Aos sussurros e delírios

O tempo para e admira atento

Meu renascer, esse momento

E me faz de alegria

De música, poesia

Cor e sentimento

Sinto-me agora intensa

Leve, acalentada

E na sua presença

Meu coração se aquieta

E minha alma fica assim,

Pacificada...

E meus olhos se estreitam

E se fecham com emoção

Para ver a luz tão densa

Clara, límpida e imensa

De teu olhar na escuridão

Claudia Gadini

22.08.99