Jardins
ENTRE AS ERVAS...
EU VI VOCÊ NASCER...
E PERDIDO CONSUMIDO PELO TEU OLHAR...
IMAGINEI SER SEU CRAVO...
SEM FOLHAS...
DISSESTE NÃO...
TUA TERRA SEREI ENTÃO...
SORRINDO...
DISSESTE JAMAIS...
O DESTEMIDO...
E FRÁGIL SENTIDO...
VOLTOU AO SEU TELHADO ERGUIDO...
E NÃO AMOU
MAIS.
DEPOIS DE MUITO TEMPO ARISCO...
ENCONTROU-O UMA JOVEM...
EM SEU SORRISO...
LISO...
PEGOU A SEMENTE...
PLANTOU NA TERRA...
E ELE RESNASCEU...
NUM CACTO ESPINHOSO...
A BELA PLANTA ELA AMOU COMO SUA...
E EM SUA DESILUSÃO...
COM A PLANTA...
CONFESSOU...
A DECEPÇÃO ERA MAIOR QUE PODERIA SUPORTAR...
E NÃO QUERIA MAIS AMAR...
AS LÁGRIMAS DA SINGELA MOÇA...
REGOU SUA PLANTA...
OS SOLUÇOS DEMORARAM NO SONO...
NA MANHÃ SEGUINTE, ELA ESTREMECEU...
NO LUGAR DO CACTO...
NASCEU...
UM CRAVO COM PÉTALAS DE ROSA...
SEM FOLHAS, SEM ESPINHOS...