Remissão de Eva
Sabe-se que Deus não dar um fardo maior do que aquele que podemos carregar,
E que todo fardo carregado é mérito de quem o carregou,
Ferramenta para avanço do espírito.
O que dirá de Eva a mulher que diz-se ter cometido o primeiro pecado,
Assim não teria sido se algo de muito elevado,
Deus a ela não tivesse reservado.
O pecado maior fora a ingenuidade,
Recém nascida acreditou numa mentira,
Se deixou levar pela vaidade.
Eis a mulher o ser capaz de gerar a vida,
Aonde Deus depositou o milagre da gestação,
Aonde reside toda a esperança em forma de criança,
Nascimento de um novo ser em formação.
Fala-se que não há dor maior do que a dor do parto,
Também não há sorriso mais largo
Que o de uma mãe ao ter pela primeira vez seu filho no braço,
E toda dor é relegada ao passado.
Se Eva foi pecadora e supostamente foi a causa da expulsão do paraíso,
A mesma Eva evoluiu e se redimiu em Maria,
Quando a toda humanidade trouxe a esperança e a vida,
Deu a luz, ao Salvador, nosso senhor Jesus.
Oh mulher, já foste vítima de tanta injustiça,
Outrora quando a ignorância acreditava na força física,
Fora subjugada pelo homem bruto,
Tanto que quase se deixou convencer que eras pequenina.
Se no passado não reconheciam seu valor,
Hoje, todavia os tempos estão a mudar,
A mulher está a ascender,
E a dor dará lugar, ao amor.
Te caluniaram, apedrejaram, torturaram, queimaram,
Inúmeras mentiras inventaram,
Já tentaram escondê-la em burcas,
Mas a beleza e magnitude da mulher reluz.
Poetas inúmeros foram os que lhes declararam amor,
Lhes transformaram em deusas em seu amor platônico,
Beleza incandescente, de deixar qualquer um atônito,
Mulher é para ser amada em todo o seu encanto.
Apesar de tamanhas injustiças,
Ainda és capaz de manter a doçura, a ternura, a bravura,
Oh mulher tua força não é desse mundo,
Mereces cada conquista que alcanças.
Não deverias por inúmeras razões ter apenas um dia dedicado a ti,
Mas todos os dias deveriam ser em sua homenagem,
Tanto pelo que já suportaste,
Quanto por tudo o que por esse mundo fazes.
Quanto aqueles que de ti pouco caso fazem,
Em nossa linguagem contemporânea,
Para tanto há um nome,
Chama-se “recalque”.
Itaci Silva Camelo