O IMPRÓPRIO LAGO ARTIFICIAL
Limpíssimo espelho de cristalina água
é pousada e morte da viva natureza,
vil sonho concretado qual gemido ou mágoa,
por seu pesado ferro e pedras sem leveza.
Lodo podre no verde antigo acumulado,
nascido d’água quente, poluída e bem rasa,
com muito lixo urbano pelo homem jogado,
como a normal atitude de um ser sem casa.
Na tal transformação do calmo ambiente amigo,
a instauração da feiura de um comportamento,
negando a boa natureza do sentimento.
Restou à Arquitetura o certo e eterno perigo
do educado nunca acomodar–se ao irracional,
retentor do morto líquido sem vegetal.
Salvador, 1997.