O IMPRÓPRIO LAGO ARTIFICIAL

Limpíssimo espelho de cristalina água

é pousada e morte da viva natureza,

vil sonho concretado qual gemido ou mágoa,

por seu pesado ferro e pedras sem leveza.

Lodo podre no verde antigo acumulado,

nascido d’água quente, poluída e bem rasa,

com muito lixo urbano pelo homem jogado,

como a normal atitude de um ser sem casa.

Na tal transformação do calmo ambiente amigo,

a instauração da feiura de um comportamento,

negando a boa natureza do sentimento.

Restou à Arquitetura o certo e eterno perigo

do educado nunca acomodar–se ao irracional,

retentor do morto líquido sem vegetal.

Salvador, 1997.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 10/05/2018
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