O FEIRANTE
– Ó, correto feirante, bondoso vendedor,
falante de tantas ofertas a fregueses!
– Ó, lembrado feirante, passado de pudor,
comerciante honesto, quase irmão, por vezes!
Feiras semanais, senhoras, produtos sadios,
donas de casa sem carros, tempo que havia
nas boas compras e sem esquecimentos tardios:
legumes, aves vivas... de nada se esquecia!
Na chegada invasora das lojas gigantes,
as compradoras partiram motorizadas
e invadiram supermercados elegantes.
Pra outros cantos foram os sempre feirantes,
levando consigo bens manufaturados.
Morreu uma amizade – surgiram negociantes!
Salvador, 1997.