Da poesia
Não venha com esta falsa nostalgia
Fazer-me acreditar, que andas como eu
No mundo da lua.
O materialismo não sabe o que é poesia.
O salto alto te prende à terra,
Ás ilusões do mundo.
Não gostas de poesia.
Ela é o refugio de gente desorientada
Que chegou no planeta terra,
E se desencontrou, feito eu,
É coisa de quem vive de alegorias,
Se agarrando nas possibilidades do sonho,
De se fartar de estrelas.
Poesia não é discurso fácil. É imensidão
Da alma que procura elos perdidos
Desencontro de astros, outras almas perdidas,
Feito eu.
Poesia não é coisa fácil de mastigar,
É o alimento dos que desviaram do caminho
É augúrio de se cobrir de versos
Pra não derreter na estrada.
Poesia é loucura não consentida,
É o espirito que foge para outras dimensões,
Onde só o poeta consegue penetrar.
É sentimento que vem de coisas inexatas,
De outras eras, ou de esperar que amanhã
A natureza borbulhe e faça explodir,
As floradas da primavera.
Destas coisas de navegar no éter,
De ser feliz, não sabes nada.