Esqueci em que ponto...
Me enlouquece esta maneira que gosta de insinuar.
Impossível descrever como transtorna minha percepção...
Provoca dependências que nada mais é capaz de atenuar.
Tornou-se um subterfúgio que monopoliza minha acepção.
Esqueci em que ponto deixei de contemplar tua beleza ao amanhecer...
Não recordo quando parei de enfrentar os problemas e apenas esquecer.
Embriagava-me no seu olor, hoje sou miseravelmente refém de um copo.
Quantas coisas idealizamos que jamais conseguimos tirar do escopo.
Meus sorrisos são representações da amargura à qual me submeti.
Decisões equivocadas que arruinaram qualquer ideal que já refleti.
O luar outrora prateado e contagiante agora somente traz agonia...
Enfurece-me e corrói observar tantas estrelas obscuras em insônia.
Mecanicamente náufrago no ritual de falsidades cotidiano.
Busquei devoção, espiritualidade e equilíbrio. Tudo foi colapsado.
Adotei crenças. Iludi-me com costumes. Tornei-me insano.
Nirvana. Magnífica prisão. Provocou meu desejo a ser eclipsado...