Esqueci em que ponto...

Me enlouquece esta maneira que gosta de insinuar.

Impossível descrever como transtorna minha percepção...

Provoca dependências que nada mais é capaz de atenuar.

Tornou-se um subterfúgio que monopoliza minha acepção.

Esqueci em que ponto deixei de contemplar tua beleza ao amanhecer...

Não recordo quando parei de enfrentar os problemas e apenas esquecer.

Embriagava-me no seu olor, hoje sou miseravelmente refém de um copo.

Quantas coisas idealizamos que jamais conseguimos tirar do escopo.

Meus sorrisos são representações da amargura à qual me submeti.

Decisões equivocadas que arruinaram qualquer ideal que já refleti.

O luar outrora prateado e contagiante agora somente traz agonia...

Enfurece-me e corrói observar tantas estrelas obscuras em insônia.

Mecanicamente náufrago no ritual de falsidades cotidiano.

Busquei devoção, espiritualidade e equilíbrio. Tudo foi colapsado.

Adotei crenças. Iludi-me com costumes. Tornei-me insano.

Nirvana. Magnífica prisão. Provocou meu desejo a ser eclipsado...

Francês Depardieu
Enviado por Francês Depardieu em 09/05/2018
Código do texto: T6331864
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