Fragmento I

Amo no meu relógio sem ponteiros

Não pode o tempo ser inteiro

Se não existir nela a mesma intenção

Estará com a horas contadas o meu coração

Onde vês que poupo

Se o amor é louco

Sou nada são

Os outros são nada

Sabe o tudo ser pouco

O amor é um tunel

Também é uma escada

Tudo em tua direção

Sabe o mesmo ser o oposto

Figuram os sentidos que se inalcançam

Que nos põe do avesso e dançam

Sabe o amor nos dar razão

Sabe o pequeno ser imenso

Nessa propensão sem proporção

Que desafia as quantidades

Mesmo sem ter a menor pretensão

Em sincronia desconexa

O amor versa

Perde a rima

Tempestuoso como o clima

É tudo ao mesmo tempo

Lopes Neto
Enviado por Lopes Neto em 08/05/2018
Reeditado em 08/05/2018
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