LAMENTOS DE UMA ALMA...
Olha só, que dó de mim,
Para esse parco lugar vim,
Da morte, nos seus confins,
Choro pois não posso sorrir...
O corpo que dono meu era,
Se envolveu em enrascadela,
Bateu o carro contra a galera,
Espedaçou-se, de viver, já era...
E daqui desse sombrio lugar
Vejo meu corpo dono a velarem,
E eis que já tentei voltar, mas,
Isso, difícil, sendo-me está...
Vejo meus familiares todos,
Minha esposa, pai e sogro,
Mãe, sogra, favor, socorro,
Porque vim pra cá a contra gosto...
Sussurro, grito e berro,
Não me ouvem, sem elo,
Não consigo me conectar,
Está fora de área o meu celular...
O que vejo, estou envolto
De nuvens, a flutuar solto,
Avisto uma luz de um corredor
Que dá acesso a um túnel, ohh...
Umas pessoas de branco véu
Me chamam a entrar no céu,
Pois vivi certo, sem escarcéu
A vida me dada em paralelos...