LAMENTOS DE UMA ALMA...

Olha só, que dó de mim,

Para esse parco lugar vim,

Da morte, nos seus confins,

Choro pois não posso sorrir...

O corpo que dono meu era,

Se envolveu em enrascadela,

Bateu o carro contra a galera,

Espedaçou-se, de viver, já era...

E daqui desse sombrio lugar

Vejo meu corpo dono a velarem,

E eis que já tentei voltar, mas,

Isso, difícil, sendo-me está...

Vejo meus familiares todos,

Minha esposa, pai e sogro,

Mãe, sogra, favor, socorro,

Porque vim pra cá a contra gosto...

Sussurro, grito e berro,

Não me ouvem, sem elo,

Não consigo me conectar,

Está fora de área o meu celular...

O que vejo, estou envolto

De nuvens, a flutuar solto,

Avisto uma luz de um corredor

Que dá acesso a um túnel, ohh...

Umas pessoas de branco véu

Me chamam a entrar no céu,

Pois vivi certo, sem escarcéu

A vida me dada em paralelos...

Josea de Paula
Enviado por Josea de Paula em 08/05/2018
Código do texto: T6330891
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