PULSÃO

A pulsão que vos impele a contemplar sublimes estrelas cintilantes em meio à fascinantes universos infinitos

Atraídos por voragens que conjuram tempestades de raios fulgurantes sob o círculo perpétuo de um sopro erudito

O vórtice que vos impulsiona para cima e para baixo, para frente e para trás, no abismo onde insurgem duas partes litigantes

Ante o espelho à ouro banhado, adornado por um véu de seda, sob um céu de estrelas de esmeraldas e diamantes

A pulsão que vos impele a emergir das penumbras asfixiadas nos escombros de uma coluna atirada ao lodo

Como cegos entocados na caverna, e ainda atraídos por um feixe luminoso que vos hipnotiza como ao elétron o cátodo

Fugindo desesperadamente de fantasmas, coxeando de muletas, ante pedra que ao vosso caminho se apresenta obstante

Implorando piedade sob o ataúde que guarda as cinzas pueris, e a poeira que em vós se faz incrustante

A pulsão que me impele a atravessar a montanha fumegante, sob a chuva flamejante que jorra do vulcão ao seu despertar

O cordão que me faz andar por sobre abismos e mergulhar na erupção com a certeza de que nada irá passar

A estridente risada que disparo, assim, assombra o próprio declínio que, então, vai se só até o fim do rio na correnteza

Assim, sigo a mim, não sigo o tempo, ele me segue, não sigo a vós, pois não sigo também a incerteza

NoOnee
Enviado por NoOnee em 08/05/2018
Reeditado em 21/06/2018
Código do texto: T6330285
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