PRESERVAÇÃO DA PROLE
– Ó, dor que dói, perturba, invade o peito,
não terás morada em bondoso coração!
Intensa, torturante no repousar em leito,
na correria do mundo–cão, és a maldição...
a maldição que persegue toda boa prole
de eternos amados em viver esclarecido.
Até de veneno – é certo! – bebe–se um gole
na demonstração da fortaleza do marido.
Nada poderá tragar a força de um desejo
se moldado no amor fraterno de todo pai.
Dos longos sonhos da lua clareada, revejo...
revejo a viagem feita com minha amada
para entrar no hoje que então chega e vai...
vai se despir nesta luta, sem vara de fada.
Salvador, 07/01/2002.