PRESERVAÇÃO DA PROLE

– Ó, dor que dói, perturba, invade o peito,

não terás morada em bondoso coração!

Intensa, torturante no repousar em leito,

na correria do mundo–cão, és a maldição...

a maldição que persegue toda boa prole

de eternos amados em viver esclarecido.

Até de veneno – é certo! – bebe–se um gole

na demonstração da fortaleza do marido.

Nada poderá tragar a força de um desejo

se moldado no amor fraterno de todo pai.

Dos longos sonhos da lua clareada, revejo...

revejo a viagem feita com minha amada

para entrar no hoje que então chega e vai...

vai se despir nesta luta, sem vara de fada.

Salvador, 07/01/2002.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 07/05/2018
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